A premiação do Oscar causa desconforto em muitas pessoas quando começamos a discutir as ausências entre os concorrentes, o que inevitavelmente passa a ser denominado de injustiça.
Entre elas, pelo menos para os brasileiros, a maior delas foi a não indicação de "Tropa de Elite 2", de José Padilha, o filme de maior sucesso comercial na história do nosso cinema. "Tropa 2" tentava uma indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro, mesma categoria na qual era aguardada a presença do espanhol "A Pele que Habito", de Pedro Almodóvar, mas que também acabou ficando fora da competição.
É possível questionar, igualmente, as faltas que fazem Clint Eastwood como diretor e seu drama "J. Edgar" como melhor filme, além é claro do protagonista Leonardo DiCaprio como melhor ator. Outro nome esquecido é Ryan Gosling, que tanto poderia ter ser indicado por suas interpretações em "Drive", "Amor a Toda Prova" ou em "Tudo pelo Poder" (estes dois últimos, aliás, deram a Ryan Gosling indicações ao Globo de Ouro).
E uma ausência polêmica, que esbarra também em questões técnicas e até políticas, é "As Aventuras de Tintin". Dirigido por Steven Spielberg, "Tintin" foi escolhido o melhor filme de animação no Globo de Ouro, mas nem ao menos apareceu na lista do Oscar. Para a Academia, o argumento é que as regras da instituição dizem claramente que filmes feitos a partir da captura de movimentos (utilizando atores de verdade) não são elegíveis.
O fator político e não colocado na mesa é que "Tintin" é um dos personagens mais populares de Georges Remi, também conhecido como Hergé. E isso tem tudo a ver, na medida em que o mercado norte-americano sempre manteve as portas fechadas aos quadrinhos do franco-belga Hergé, resultado das intrigas políticas entre americanos e belgas desde a Segunda Guerra Mundial e com raízes que remontam à Revolução Americana.
Fonte: CBN Express - Cinema
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