Em 1952, Stanley Donen e Gene Kelly realizaram o clássico "Cantando na Chuva". A história apresentava uma Hollywood em transformação, quando um estúdio decidia fazer sua primeira produção sonora estrelada por Don Lockwood (Gene Kelly) e Lina Lamont (Jean Hagen), então o casal celebridade do cinema mudo. A ideia é um musical. O problema é que além de não saber cantar, Lina Lamont tem uma voz horrível. Surge a estreante Kathy Selden (Debbie Reynolds), por quem Lockwood se apaixona imediatamente. Entre brigas e discussões, a jovem Selden leva a melhor.
Com a trama passada em 1927 - ano do lançamento de "O Cantor de Jazz", o primeiro filme falado da história - "Cantando na Chuva" faz uma sátira com a própria Hollywood e é considerado um dos maiores musicais de todos os tempos. Já em 2011 o francês Michel Hazanavicius fez "O Artista", que chega hoje às telas brasileiras depois de ter caído nas graças do público, da crítica e da Academia - são 10 indicações ao Oscar, incluindo melhor filme, roteiro, direção e ator. "O Artista" conta a história de George Valentin (Jean Dujardin), astro do cinema mudo que entra em depressão e mergulha no alcoolismo diante da ascensão dos filmes sonoros.
No entanto, encorajado por sua amante - Peppy Miller (Bérénice Bejo), uma jovem dançarina e aspirante a atriz que começa a fazer sucesso na nova indústria "falada" -, o ator decide voltar a atuar, mas agora como dançarino. "Cantando na Chuva" e "O Artista" pintam o mesmo cenário, o da revolução do som no início dos anos 1930 que modificou para sempre a indústria hollywoodiana. Mas enquanto o filme de Stanley Donen e Gene Kelly era de um belo colorido, com muita música e muitos (e afiados) diálogos, Michel Hazanavicius foi mais audacioso ao recriar a estética do cinema mudo. Aliás, o filme é mudo e em preto-e-branco. São detalhes que certamente irão afastar parte do público, mas quem se arriscar definitivamente não vai se arrepender. Trata-se de um filme belo, comovente e grande homenagem ao cinema.
Fonte: CBN Express - Cinema
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