Em "A Invenção de Hugo Cabret", Martin Scorsese faz uma emocionante viagem às origens da sétima arte
Micheli Nunes
Neste ano, a premiação do Oscar tem dois grandes filmes que usam a própria linguagem do cinema para homenagear a sétima arte. Se em "O Artista", o diretor francês Michel Hazanavicius retorna ao cinema mudo literalmente, em "A Invenção de Hugo Cabret", Scorsese relembra um dos diretores mais importantes do chamado Primeiro Cinema: George Méliès.
Hugo (Asa Butterfield) é filho de um relojoeiro e divide com o pai (Jude Law) o hobbie de consertar brinquedos antigos. Porém, o destino do menino muda quando um incêndio tira a vida de seu pai. Hugo acaba indo viver e trabalhar com o tio, dando corda nos relógios da maior estação de trem de Paris.
Seu tio, beberrão convicto, desaparece e Hugo continua sozinho o trabalho de acertar as horas, enquanto recolhe peças para consertar um boneco de corda, projeto que começou com o pai. Determinado a encontrar os mecanismos necessários para fazer com que o boneco funcione, Hugo acaba roubando partes de brinquedos antigos de uma loja da estação. Mas o menino é pego pelo rabugento dono do estabelecimento (Ben Kingsley) e acaba precisando da ajuda de Isabelle (Chloë Grace Moretz), afilhada do velho, para concluir seu plano.
É aí que Hugo e Isabelle descobrem um mistério sobre as origens do boneco. Em meio às investigações, os meninos deparam-se com um filme de um dos primeiros cineastas da história, o francês George Méliès, contemporâneo dos irmãos Lumière e considerado o pai do cinema de entretenimento.
O grande destaque do filme é o 3D impecável, que prova que nas mãos de cineastas talentosos pode ser uma ferramenta valiosa, enriquecendo a trama em vez de limitá-la. "A Invenção de Hugo Cabret", baseado no livro de Brian Selznick, concorre a 11 estatuetas do Oscar e é um belíssimo filme.
Fonte: Diário de São Paulo
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