Querendo se desvencilhar da franquia "Crepúsculo", Taylor Lautner embarca em um thriller de ação meio Jason Bourne, reforçado por um bom elenco.
Thiago Siqueira
Se tem alguma coisa que os filmes da franquia “Crepúsculo” mostraram ao público é que Taylor Lautner tem um porte físico para atuar em filmes de ação e, aparentemente, o rapaz tinha disposição para encarar um longa do gênero. No entanto, será que o rapaz conseguiria se desvincular de sua imagem de ídolo teen para encarar terroristas e espiões ao invés de criaturas mitológicas descaracterizadas?
A resposta para essa pergunta está no thriller de ação “Sem Saída”. Aqui, Lautner encarna Nathan, garoto rico e viciado em adrenalina que outrora possuía um temperamento explosivo, criado por sua mãe amorosa Mara (Maria Bello) e seu pai Kevin (Jason Isaacs), que demonstra seu carinho pelo filho treinando-o sempre que pode em sessões de artes marciais que nada deixam a desejar em relação a torneios de MMA.
Durante um trabalho de escola ao lado de sua vizinha e paixonite Karen (Lily Collins), Nathan encontra uma foto sua em um site de crianças desaparecidas. Somando isso ao fato de ter sonhos estranhos com uma mulher sendo atacada, o rapaz percebe que há algo de estranho em sua vida, descoberta reforçada quando ele e Karen se vêem perseguidos por um agente da CIA (Alfred Molina) e por um mercenário chamado Kozlow (Michael Nyqvist), que parecem saber mais de sua vida do que ele.
A trama do filme tenta se inspirar na franquia “Bourne”, mas acaba mais parecendo uma versão anabolizada e menos infantil de “Alex Rider Contra o Tempo”, com a história jamais tendo espaço para se desenrolar em um bom compasso. John Singleton ao menos faz um bom trabalho na composição das cenas de ação, especialmente em uma tensa sequência em um trem, reforçada por uma bela montagem que eleva a tensão do momento.
Em filmes desse gênero, a responsabilidade de manter o público absorto na tela geralmente recai sobre os ombros do protagonista e do antagonista. Como falei anteriormente, Lautner pode ter porte de herói de filmes de ação, mas não consegue vestir a camisa de um ainda. O rapaz convence como um adolescente com problemas querendo se divertir, mas não se sai tão bem nos momentos dramáticos e, quando chega a hora de mostrar que pode derrotar experientes mercenários em combate, não há treinamento com o pai que explique isso acontecendo, principalmente se tratando de um rapaz de 19 anos contra profissionais que vivem nesse meio há décadas.
Suas lutas acabam parecendo artificiais, coreografadas demais. E frases do tipo “ele é mesmo filho do pai dele” também não ajudam a passar verossimilhança aos combates. Sem contar que as coisas simplesmente acontecem muito rapidamente, jamais dando tempo de Nathan processar o que acontece ao seu redor, tornando a atuação de Lautner mais superficial ainda, com seu personagem sendo realmente mal construído. O jovem e Lily Collins fazem um bom par e há uma química razoável entre eles, com o romance entre os dois não prejudicando a fita.
Já Kozlow é mais um daqueles vilões europeus estereotipados, com Nyqvist o vivendo de um modo absolutamente genérico. Melhor se sai Alfred Molina, que torna o seu Agente Burton ao menos uma figura interessante de se ver. Enquanto isso, Maria Bello, Jason Isaacs e Sigourney Weaver mal possuem tempo de cena, surgindo quase que em participações especiais com a ausência da última sendo bastante sentida.
Pontuado por uma trilha sonora bastante esquecível, “Sem Saída” é uma fita razoável, que acaba mostrando o esforço que Lautner está fazendo para se dissociar da imagem de Jacob, sendo ajudado por um bom elenco coadjuvante nesta empreitada. Se o ator merece aplausos pelo esforço inicial, acaba ficando claro que, se ele for se enveredar pelo cinema de ação mesmo, ainda tem de comer muito feijão com arroz.
Fonte: Cinema com Rapadura
Thiago Siqueira
Se tem alguma coisa que os filmes da franquia “Crepúsculo” mostraram ao público é que Taylor Lautner tem um porte físico para atuar em filmes de ação e, aparentemente, o rapaz tinha disposição para encarar um longa do gênero. No entanto, será que o rapaz conseguiria se desvincular de sua imagem de ídolo teen para encarar terroristas e espiões ao invés de criaturas mitológicas descaracterizadas?
A resposta para essa pergunta está no thriller de ação “Sem Saída”. Aqui, Lautner encarna Nathan, garoto rico e viciado em adrenalina que outrora possuía um temperamento explosivo, criado por sua mãe amorosa Mara (Maria Bello) e seu pai Kevin (Jason Isaacs), que demonstra seu carinho pelo filho treinando-o sempre que pode em sessões de artes marciais que nada deixam a desejar em relação a torneios de MMA.
Durante um trabalho de escola ao lado de sua vizinha e paixonite Karen (Lily Collins), Nathan encontra uma foto sua em um site de crianças desaparecidas. Somando isso ao fato de ter sonhos estranhos com uma mulher sendo atacada, o rapaz percebe que há algo de estranho em sua vida, descoberta reforçada quando ele e Karen se vêem perseguidos por um agente da CIA (Alfred Molina) e por um mercenário chamado Kozlow (Michael Nyqvist), que parecem saber mais de sua vida do que ele.
A trama do filme tenta se inspirar na franquia “Bourne”, mas acaba mais parecendo uma versão anabolizada e menos infantil de “Alex Rider Contra o Tempo”, com a história jamais tendo espaço para se desenrolar em um bom compasso. John Singleton ao menos faz um bom trabalho na composição das cenas de ação, especialmente em uma tensa sequência em um trem, reforçada por uma bela montagem que eleva a tensão do momento.
Em filmes desse gênero, a responsabilidade de manter o público absorto na tela geralmente recai sobre os ombros do protagonista e do antagonista. Como falei anteriormente, Lautner pode ter porte de herói de filmes de ação, mas não consegue vestir a camisa de um ainda. O rapaz convence como um adolescente com problemas querendo se divertir, mas não se sai tão bem nos momentos dramáticos e, quando chega a hora de mostrar que pode derrotar experientes mercenários em combate, não há treinamento com o pai que explique isso acontecendo, principalmente se tratando de um rapaz de 19 anos contra profissionais que vivem nesse meio há décadas.
Suas lutas acabam parecendo artificiais, coreografadas demais. E frases do tipo “ele é mesmo filho do pai dele” também não ajudam a passar verossimilhança aos combates. Sem contar que as coisas simplesmente acontecem muito rapidamente, jamais dando tempo de Nathan processar o que acontece ao seu redor, tornando a atuação de Lautner mais superficial ainda, com seu personagem sendo realmente mal construído. O jovem e Lily Collins fazem um bom par e há uma química razoável entre eles, com o romance entre os dois não prejudicando a fita.
Já Kozlow é mais um daqueles vilões europeus estereotipados, com Nyqvist o vivendo de um modo absolutamente genérico. Melhor se sai Alfred Molina, que torna o seu Agente Burton ao menos uma figura interessante de se ver. Enquanto isso, Maria Bello, Jason Isaacs e Sigourney Weaver mal possuem tempo de cena, surgindo quase que em participações especiais com a ausência da última sendo bastante sentida.
Pontuado por uma trilha sonora bastante esquecível, “Sem Saída” é uma fita razoável, que acaba mostrando o esforço que Lautner está fazendo para se dissociar da imagem de Jacob, sendo ajudado por um bom elenco coadjuvante nesta empreitada. Se o ator merece aplausos pelo esforço inicial, acaba ficando claro que, se ele for se enveredar pelo cinema de ação mesmo, ainda tem de comer muito feijão com arroz.
Fonte: Cinema com Rapadura
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