Esqueça o telefone sem fio. Inclua Twitter, Facebook, Smartphones e os live blogging e aí sim você estará integrado no século 21. É com essa ideia, tão normal no cotidiano adolescente, que o diretor Wes Craven e o roteirista Kevin Williamson acertam em cheio com Pânico 4, filme que estreia nesta sexta-feira (15) nos cinemas mundiais, incluindo na cota o Brasil.
A trama se passa dez anos depois do terceiro longa, quando a perseguida e traumatizada Sidney Prescott (Neve Campbell) volta a Woodsboro, cenário do primeiro longa, para lançar sua autobiografia, um Best-seller pré-anunciado pela editora que a contratou.
O retorno do Anjo da Morte - como ela é conhecida na cidade - torna-se motivo para uma série de novos assassinatos brutais a adolescentes. E é natural que muita gente fique empolgada num cenário onde o vizinho era o assunto mais interessante até então.
Quem não parece gostar muito, além de Sidney, é claro, é o policial Dewey (David Arquette), agora xerife, nada satisfeito em ter que lidar com mais um maníaco aterrorizando seu pequeno povoado. Somente sua mulher, a ex-jornalista Gale Weathers-Riley (Courteney Cox) - em mais uma atuação que mistura canastrice com competência técnica - gosta da história, afinal, ela, que deixou a carreira jornalística para se dedicar a livros de terror de baixo potencial rentável, está em crise criativa. E nada mais apropriado do que o frescor de um novo massacre para que ela volte aos velhos hábitos de desafiar autoridades policiais, mandar todo mundo praquele lugar e se colocar em perigo em busca de seus 15 minutos de fama.
O novo núcleo adolescente, liderado por Jill (Emma Roberts), prima de Sidney, tem uma estrela própria, o que faz com que a participação do trio principal seja cada vez menos necessária - e está aí o fôlego, se for o caso, para uma nova trilogia.
A questão maior em Pânico 4, no entanto, não é a fórmula batida e os sustos, agora mais óbvios do que nunca. O que torna o filme atraente é como Craven e Williamson trabalham com essa geração que nasceu com a internet e, portanto, não entenderia Pânico se não fosse por esse filme. Há piadas sobre o longa ser uma sequência caça-níquel e até mesmo sobre os aplicativos do iPhone, que no universo do filme, deixam você fazer ligações com a voz do assassino - só esperemos que essa ideia não seja levada adiante. Não poderia deixar de citar, também, o discurso derradeiro, uma crítica a essa geração que não precisa de mais de 140 caracteres para amar, odiar, chorar, rir, fazer amizades ou se tornar uma estrela.
Pouco antes da sessão, os jornalistas foram obrigados a assinar um termo de confidencialidade que nos impede entrar em maiores detalhes sobre o roteiro. Seguindo essas limitações, só há duas ressalvas a se fazer: 1-) Pânico 4 é prato cheio para os fãs nostálgicos e o melhor filme desde o primeiro. 2-) Vá ao cinema esperando uma comédia. Sendo assim, aproveite a sessão.
Fonte: Cinema & DVD - Terra
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