Além do filme, será lançado um livro que conta os bastidores das gravações, com depoimentos e revelações
Régis Martins
Se depender do cinema nacional, Chico Xavier já ganhou a eternidade. Depois do sucesso da biografia dirigida por Daniel Filho e da versão cinematográfica do livro "Nosso Lar", o médium está de volta à telona em "As Mães de Chico Xavier".
O longa-metragem estreia dia 1º de abril nos cinemas de todo o país com Nelson Xavier novamente no papel principal. Na esteira do filme, o jornalista Saulo Gomes, velho amigo do médium, lança no dia 15 de abril um livro homônimo com os bastidores da produção, muitos depoimentos e revelações.
"O livro traz pronunciamentos de lideranças espíritas e entrevistas com as atrizes e as verdadeiras mães nas quais o filme é baseado", informa Saulo, carioca radicado em Ribeirão Preto.
Entre as curiosidades sobre as filmagens, Saulo conta que, durante a gravação de uma cena externa numa cidadezinha do Ceará, a população do lugar acreditava piamente que Nelson era o verdadeiro Chico.
"As pessoas colocavam bilhetinhos no bolso de Nelson exatamente como faziam com o Chico. A confusão foi tão grande que tiveram que refazer as cenas cinco vezes", diz.
"As Mães de Chico Xavier" tem locações em cidades cearenses, porque os produtores são de Fortaleza. A direção ficou a cargo de Glauber Filho e Halder Gomes, os mesmos de "Bezerra de Menezes - O Diário de Um Espírito", longa sobre o pioneiro do espiritismo no país.
O filme é inspirado no livro "Por Trás do Véu de Isis", do jornalista e escritor Marcel Souto Maior e, além de Nelson, conta com Herson Capri, Caio Blat e Vanessa Gerberi no elenco.
Livro
O jornalista e escritor Saulo Gomes foi um grande amigo de Chico Xavier. Conheceu o médium em 1968, quando realizou uma entrevista histórica com o mineiro pela extinta TV Tupi.
O repórter conseguiu algo até então impossível, já que por 18 anos Chico se negou a falar com a imprensa. Além disso, a reportagem mostrava pela primeira vez Chico Xavier psicografando uma mensagem.
O material foi lançado em DVD com o título "Saulo Gomes Entrevista Chico Xavier", distribuído pelo selo Vídeo Spirite.
Em 2009, Saulo esteve em Uberaba para acompanhar as últimas filmagens de "Chico Xavier", longa metragem de Daniel Filho sobre a vida do médium mineiro, falecido em 2002. Lá, viu de perto pela primeira vez o trabalho do ator Nelson Xavier.
"Quando vi Nelson, tive um choque. A semelhança era impressionante", conta.
Além de "As Mães de Chico Xavier", Saulo lança, ainda este ano, outra obra sobre o médium: "Nosso Chico", em que escreve sobre a sua convivência de 30 anos com o mineiro.
"Deve ser lançado em setembro, durante a Bienal do Livro em São Paulo", informa.
Gandhi brasileiro
O histórico programa "Pinga-Fogo", no qual Chico participou na TV Tupi em 1971, se transformou em dois livros escritos por Saulo em 2008: "Pinga-Fogo" volumes 1 e 2.
Ou seja, o homem é um especialista no assunto.
"Quando conheci Saulo, perguntei se ele era espírita. Ele me disse que era "chiquista", conta Ricardo Rihan, co-produtor do filme "As Mães de Chico Xavier", que esteve em Ribeirão para a divulgação do longa.
Ricardo acredita que os filmes sobre o médium são sucesso de bilheteria porque a figura de Chico transcende qualquer religião. Não é preciso ser espírita para sentir algum tipo de admiração pela história do mineiro de Pedro Leopoldo. "Chico é o Gandhi brasileiro", garante.
O fato é que o espiritismo caiu no gosto do espectador brasileiro desde que "Bezerra de Menezes - Diário de um Espírito" conquistou um público de 500 mil pessoas.
Com o ator Carlos Vereza no papel principal e realizado em condições quase amadoras, o longa da Estação Luz Filmes, de Fortaleza, surpreendeu distribuidores de todo o país.
"No início, era para ser um documentário sobre Bezerra, mas os produtores perceberam que as cenas dramatizadas eram a melhor coisa do filme", conta Ricardo
Fonte: Jornal A Cidade Online
Nenhum comentário:
Postar um comentário